Em Nina’s Heavenly Delights (2006), a diretora Pratibha Parmar, queniana criada em Londres reconhecida por seu ativismo homossexual, constrói um romance lésbico no centro de um enredo gastronômico que se apresenta como uma sobremesa tão elaborada quanto uma salada de frutas.
Com a morte do pai, Nina retorna a Glasgow três anos após fugir de um casamento arranjado com outra família de descendência indiana que atua no ramo da culinária Taj Mahal. Um a um, ela conhece segredos da família, endossados por preconceitos étnicos e moralistas, enquanto assume a missão de conquistar o tricampeonato para o restaurante de seu pai em parceria com a namorada do irmão, por quem, entre uma fraterna guerra de farinha ou maliciosa degustação, se apaixona; mas diferente da mágica “química” entre temperos, o romance entre elas é tão saboroso quanto uma cestinha de pão.
Com um ritmo insosso, especiarias tão exóticas como a repetição do mantra “siga seu coração” e corantes artificiais evocados da subtrama de seu amigo de infância, um travesti afetado e seus menudos que tentam uma participação numa produção Bollywoodyana e o indigesto programa temático que televisiona a disputa da gastronomia indiana em Glasgow, o que “Índia, Amor e outras Delícias” tem de positivo é a funcionalidade de figurar em ‘cardápio’ de filmes tanto de temática Culinária quanto GBLT.
2/10